Um dos maiores cogumelos do mundo aparece na Botânica da UFSC, em Florianópolis

Um dos maiores cogumelos do mundo aparece na Botânica da UFSC, em Florianópolis

ma espécie rara de fungo, que produz um dos maiores cogumelos do mundo, com o chapeu podendo chegar até 80 centímetros de diâmetro, está crescendo no Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no bairro Trindade, em Florianópolis. O cogumelo pode ser visitado no local, desde que os visitantes respeitem as faixas de segurança e evitem tocá-lo. A espécie, denominada Kusaghiporia talpae, foi encontrada na base de uma árvore, próxima à composteira do departamento.
O fungo pertence à família Laetiporaceae, conhecida por abrigar espécies parasitas de plantas. Elisandro Ricardo Drechsler dos Santos, professor e pesquisador da UFSC,  estuda essa espécie desde 2011 e participou de um artigo científico que, em 2022, descreveu essa e outras espécies da mesma família. O artigo, publicado em inglês, pode ser acessado pelo link.

“Essa é uma das maiores e mais intrigantes espécies de fungos que ocorrem no Brasil! Inclusive, já viajei centenas de quilômetros para coletar essa espécie em outras cidades”, comenta o pesquisador. Ele alerta que, rapidamente, o cogumelo atinge a maturidade e entra em estado de decomposição. “É difícil determinar o tempo exato, mas, em poucas semanas, ele já desaparece.”

Ricardo explica que ainda há pouco conhecimento sobre a fenologia e a biologia do Kusaghiporia talpae. “É muito provável que, por pertencer a uma família de parasitas, ele esteja associado às raízes de alguma planta do departamento”, afirma. O pesquisador também destaca que, em suas observações, o fungo tende a aparecer apenas em determinados períodos do ano.
A espécie ocorre naturalmente no bioma da Mata Atlântica. Ricardo teoriza que, como a área da Botânica é um pequeno fragmento desse bioma, o fungo tenha encontrado os recursos necessários para seu esporo se desenvolver. “A Botânica é uma área bastante antropizada [que sofreu muito a ação humana], mas vem recebendo muita matéria orgânica. Toda a poda e os cortes de grama feitos no campus são levados para lá”, explica. Ele acredita que esse acúmulo de matéria orgânica pode ter enriquecido o ambiente e favorecido o desenvolvimento do fungo.

 

Reportagem: Mateus Mendonça | Estagiário da Agecom | UFSC
Fotos: Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC


 

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